NÃO PARA DE CHOVER
55-12-06-VA>
OBSESSÃO
Moura, 6/12/1955
Choveu a tarde toda
e a chuva o tempo a vida
isto - não acaba
Que vontade imensa de morrer
Para que vieste?
assim terei de levar o teu nome na boca
Depois o cortejo fúnebre a manchar-me a memória:
as classificações obscenas dos doutores
e os complexos são outra longa história
(eu que nunca me dei ao luxo
de ter um jardim de complexos)
a lei e os seus dois gumes
a dialéctica dos contrários
as hierarquias de nobreza moral
as aparências as conveniências as
E o tempo a vida isto - não para de chover.
***
OBSESSÃO
Moura, 6/12/1955
Choveu a tarde toda
e a chuva o tempo a vida
isto - não acaba
Que vontade imensa de morrer
Para que vieste?
assim terei de levar o teu nome na boca
Depois o cortejo fúnebre a manchar-me a memória:
as classificações obscenas dos doutores
e os complexos são outra longa história
(eu que nunca me dei ao luxo
de ter um jardim de complexos)
a lei e os seus dois gumes
a dialéctica dos contrários
as hierarquias de nobreza moral
as aparências as conveniências as
E o tempo a vida isto - não para de chover.
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