É TARDE
11-1 - 90-09-30-vv> versículos prosaicos - crise3> 317 caracteres
30-09-1990
ONDE ESTÁ A CRISE?
A avaliar pelo que desperdiçamos
- haverá crise de energia?
- haverá crise alimentar?
- haverá crise de água?
- haverá crise de recursos?
- haverá crise económica?
- haverá crise de emprego?
- haverá crise?
A crise não será afinal na cabaça deles, ideólogos do regime?
+
65-09-30-vi> temas em cadáver esquisito
VAMOS NASALAR A VOZ QUE AQUI FICOU
Lisboa, 30/9/1965
Vamos nasalar a voz que aqui ficou
e pôr um gato bravo no esquife do avô
Não são dignas as mãos que tacteiam no cinema
as meias do mariola agora é que são elas
De caminho vamos todos à caça
de caminho ficamos em casa
Obras públicas que sim que são boas
obras depois de o ser melhor que broas
Uma anedota que se conta a menores
nas esquinas à noite há muito piores
Se é português já se sabe que foi
sempre a queixar-se da perna que lhe dói
Deste chamado rectângulo desta chamada pátria
deste chamado país deste chamado Portugal
Que ficou como novo depois de ser pintado
e ficou à espera de um voto para deputado
Lamberam-lhe as virilhas no lugar próprio
mas quando chegaram faltava um fuso horário
Das mãos em cruz uma algema se faz
dos ovos omelete e da guerra paz
Dos velhos cueiros dos cristãos novos
fizeram os ímpios potentes binóculos
Se a perna se acrescenta da mão morta
é legítimo então esperar que se meta
Agora que é tarde e nos vamos embora
vamos todos ler ao serão da senhora
Acordaram de manhã no colchão do chão molhado
e ouvem-se gritar um belo cântico magoado
Fiz uns versos em estilo classicizante
para agradar aos críticos no centenário de Dante.
***
30-09-1990
ONDE ESTÁ A CRISE?
A avaliar pelo que desperdiçamos
- haverá crise de energia?
- haverá crise alimentar?
- haverá crise de água?
- haverá crise de recursos?
- haverá crise económica?
- haverá crise de emprego?
- haverá crise?
A crise não será afinal na cabaça deles, ideólogos do regime?
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65-09-30-vi> temas em cadáver esquisito
VAMOS NASALAR A VOZ QUE AQUI FICOU
Lisboa, 30/9/1965
Vamos nasalar a voz que aqui ficou
e pôr um gato bravo no esquife do avô
Não são dignas as mãos que tacteiam no cinema
as meias do mariola agora é que são elas
De caminho vamos todos à caça
de caminho ficamos em casa
Obras públicas que sim que são boas
obras depois de o ser melhor que broas
Uma anedota que se conta a menores
nas esquinas à noite há muito piores
Se é português já se sabe que foi
sempre a queixar-se da perna que lhe dói
Deste chamado rectângulo desta chamada pátria
deste chamado país deste chamado Portugal
Que ficou como novo depois de ser pintado
e ficou à espera de um voto para deputado
Lamberam-lhe as virilhas no lugar próprio
mas quando chegaram faltava um fuso horário
Das mãos em cruz uma algema se faz
dos ovos omelete e da guerra paz
Dos velhos cueiros dos cristãos novos
fizeram os ímpios potentes binóculos
Se a perna se acrescenta da mão morta
é legítimo então esperar que se meta
Agora que é tarde e nos vamos embora
vamos todos ler ao serão da senhora
Acordaram de manhã no colchão do chão molhado
e ouvem-se gritar um belo cântico magoado
Fiz uns versos em estilo classicizante
para agradar aos críticos no centenário de Dante.
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