NOSSOS DIAS
59-09-29-on> versos publicados em «o nariz», página 14
NÃO ESCREVO
Lisboa,29/9/59
Não escrevo
a tua voz escreve
o som da tua voz.
Não vejo
só os teus olhos
a luz que há nos teus olhos
mas penso
acordo e como foi isto
amor?
Por nossa culpa são diferentes
a tristeza as algemas os escombros
as veias de humidade sobre os dias
e principalmente as insónias
as nossas noites sempre iguais às noites
os nossos dias sempre iguais aos dias.
Que somos nós mais do que crianças
mais do que risos namorados rios
mais do que árvores escutando o céu
mais do que uma lágrima
mais do que uma flor?
É que não vale ainda a tua companhia
o que a vida e a morte me derem de melhor.
***
NÃO ESCREVO
Lisboa,29/9/59
Não escrevo
a tua voz escreve
o som da tua voz.
Não vejo
só os teus olhos
a luz que há nos teus olhos
mas penso
acordo e como foi isto
amor?
Por nossa culpa são diferentes
a tristeza as algemas os escombros
as veias de humidade sobre os dias
e principalmente as insónias
as nossas noites sempre iguais às noites
os nossos dias sempre iguais aos dias.
Que somos nós mais do que crianças
mais do que risos namorados rios
mais do que árvores escutando o céu
mais do que uma lágrima
mais do que uma flor?
É que não vale ainda a tua companhia
o que a vida e a morte me derem de melhor.
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