DOIS RIOS
58-11-21-em> versos publicados em «espaço mortal», pg19
ONDE, AONDE, ALGURES, NENHURES
São Luís, 21/11/1958
Onde há novidade há boca aberta
onde há boca aberta há mosca
onde há cabeça há cabeçada
onde há cabeçada há cabeça partida
onde não há emprego há desemprego
onde há capital tem que haver trabalho
onde há trabalho é que nem sempre há capital
onde há marinheiros em calças pardas
há várias pessoas aos saltinhos em demanda do Graal
onde há abastança há miséria
onde não há miséria há abastança
onde há fuga pode haver por onde fugir
e onde há por onde fugir pode não haver polícia
onde há vigaristas há vigarizados
e onde há vigarices há o verbo em vigor
onde há moralidade a mais há moralidade a menos
onde alguns comem muitos passam fome
e onde muitos passam fome o que é demais não presta
onde há fuga há gás pode haver ou não suicídio
onde há morte provocada diz-se que há morte natural
e onde acaba diz-se que é ponto final.
+
55-11-21-vs-cd> terça-feira, 14 de Janeiro de 2003
DOIS RIOS QUE CONFLUEM PARA NENHUM É FIM
Moura, 21/Novembro/1955
Dois rios que confluem para nenhum é fim
ao mesmo braço único vão dar.
Somos nós dois rios desiguais
para o caminho único do mar.
***
ONDE, AONDE, ALGURES, NENHURES
São Luís, 21/11/1958
Onde há novidade há boca aberta
onde há boca aberta há mosca
onde há cabeça há cabeçada
onde há cabeçada há cabeça partida
onde não há emprego há desemprego
onde há capital tem que haver trabalho
onde há trabalho é que nem sempre há capital
onde há marinheiros em calças pardas
há várias pessoas aos saltinhos em demanda do Graal
onde há abastança há miséria
onde não há miséria há abastança
onde há fuga pode haver por onde fugir
e onde há por onde fugir pode não haver polícia
onde há vigaristas há vigarizados
e onde há vigarices há o verbo em vigor
onde há moralidade a mais há moralidade a menos
onde alguns comem muitos passam fome
e onde muitos passam fome o que é demais não presta
onde há fuga há gás pode haver ou não suicídio
onde há morte provocada diz-se que há morte natural
e onde acaba diz-se que é ponto final.
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55-11-21-vs-cd> terça-feira, 14 de Janeiro de 2003
DOIS RIOS QUE CONFLUEM PARA NENHUM É FIM
Moura, 21/Novembro/1955
Dois rios que confluem para nenhum é fim
ao mesmo braço único vão dar.
Somos nós dois rios desiguais
para o caminho único do mar.
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